Ontem, chegado a casa mesmo a tempo de ouvir a Ministra da Educação ser entrevistada, e verificando depois na imprensa electrónica o que o governo tinha anunciado sobre a avaliação docente, logo vim aqui ao blogue apoiar genericamente o que se tinha feito. E criticar a reacção maximalista de certas organizações de professores, que se comportam mais como guerreiros de uma batalha campal do que como partes numa negociação civilizada, na qual estão em causa interesses de toda a comunidade. E mantenho tudo o que disse. Mas, e volto a isso, comecei o primeiro post de reacção às novidades com as palavras "Continuo a manter o que defendi nas 10 teses sobre a crise da avaliação docente, nomeadamente nas últimas três sobre a forma de relançar as negociações". Para que fique claro, aqui repito a Oitava das 10 teses sobre a crise da avaliação docente:
«Uma negociação que aspire ao sucesso (acordo substancial e sustentável) tem de centrar-se nos verdadeiros problemas que preocupam as partes – e não restringir artificialmente o cardápio dos problemas ou das soluções, porque isso empurra as partes para posições de fachada, destinadas apenas a evitar adiar um prejuízo temido. Dotar as negociações de um cardápio de verdade pode implicar reabrir dossiers considerados fechados, por muito que isso desagrade ao ME. Por exemplo, a percepção de que o preenchimento dos lugares de professor titular deu lugar a injustiças, seja em muitos ou poucos casos, é um factor de envenenamento de todas as situações conexas. Questões ligadas à autoridade dos professores na escola, por exemplo, podem também ter de ser invocadas. Pode ser necessário alargar o âmbito da negociação actual, de forma a colocar em jogo todos os factores que realmente pesam nas posições de fundo das partes, condição indispensável para uma negociação em bases verdadeiras.»
Se fosse eu a ter de optar, teria ido mais longe. Estou convencido de que o processo de titularização, em si mesmo necessário para modernizar a carreira, cometeu injustiças relativamente a alguns professores, provavelmente afectando alguns dos melhores. E isso repercute-se negativamente na autoridade do ME em todo o processo e afecta mecanismos importantes ligados à própria avaliação. E seria preferível corrigir já essas injustiças, em vez de manter este fogo que já nem é brando. Manifestamente, os governantes não lêem este blogue... (uff...para eles e para mim...)
Ministra da Educação discute hoje com pais e professores as medidas anunciadas ontem.