17.11.08

grandes portugueses


O ex-ministro dos negócios estrangeiros da Alemanha, e ex-líder dos Verdes, Joschka Fischer, publicou na semana passada um artigo no jornal francês Le Figaro, intitulado "La crise, une chance pour l'Europe". O essencial do artigo explica, numa leitura que seria instrutiva para certa esquerda portuguesa, porque é que a União Europeia pode fazer em conjunto para enfrentar esta crise em particular, e a globalização em geral, aquilo que cada país não pode fazer por si só. Mas, claro, isso implica um juízo sobre as condições que certos agentes têm para contribuir para – ou atrapalhar – esse projecto.
E, assim, escreve a certa altura Fischer: «(…) é urgente desenvolver uma coordenação macroeconómica e fiscal dentro da UE. Esta proposta é ainda mais pertinente tendo a Comissão Europeia demonstrado recentemente a sua quase total incapacidade. O incompetente presidente da Comissão teve o seu mandato renovado por cinco anos, em reconhecimento da sua inocuidade. Assim é também, hélas, a Europa.»
Pois.

(Fischer dá como já tendo sido o que ainda está para ser: a renovação do mandato de Barroso. Mas isso não lhe tira razão no essencial.)

Artigo em linha (em francês) aqui.

Aditamento: Mas claro, Portugal sente-se na obrigação de dar assistência aos compatriotas exilados. E o nosso MNE, de passagem, diz disparates: então a função da Comissão Europeia é "acompanhar" a Presidência francesa (ou qualquer outra)? Antes achava-se que a Comissão devia ter iniciativa, ser o motor. Agora, a Comissão está lá é para "acompanhar". Acompanhar por acompanhar, também podia acompanhar pela televisão, ou até por telemóvel, sei lá.
Ainda estou para ver como Barroso vai "acompanhar" a próxima presidência, da República Checa, país que tem um presidente tão europeísta como Putin ou Medvedev.