12.11.08

máscaras


Vítor Constâncio não se demite e defende que não houve falha de supervisão no BPN .


O ataque da direita ao governador do Banco de Portugal equivale a afirmar que "se se cometem crimes em Portugal, a polícia devia demitir-se toda". É que não há mecanismo nenhum de controlo que possa controlar efectivamente todos os pormenores do funcionamento da máquina do mundo. Por isso estes ataques são baixa política - e oportunidade para um truque populista que Paulo Portas muito aprecia: pronunciar publicamente o valor dos ordenados de certas pessoas/funções.
Especialmente porque esta é a direita que teria estado contra se o regulador tivesse pedido, antes, mais poderes para controlar os bancos. Porque teriam afirmado que mais controlo era mais Estado e menos respeito pela propriedade. Porque esta é a direita que supõe sempre a virtude dos privados e a maldade dos poderes públicos. Podia, contudo, evitar o descaramento de mudar de máscara com tanta pressa e facilidade.