Fenprof abandonou reunião com a ministra da Educação.
Os ataques pessoais generalizados à Ministra da Educação não são um pormenor. São um dos bilhetes de identidade de um estilo muito em voga hoje em dia. Chamar mentirosa à ministra, mesmo quando recentemente o líder sindical mais em destaque foi apanhado por um camarada seu a fazer acusações falsas a estruturas do ME; chamar arrogante à Ministra, mesmo quando o líder sindical mais em destaque fala como se fosse o líder de um novo bloqueio de camionistas; e ir por aí fora no chorrilho de asneiras que se podem encontrar em qualquer canto da net onde há dezenas de "professores" a comentar - tudo isso parece "normal" a muita gente.
Mas, afinal, quem é a Ministra? Uma política de carreira, durona e matreira, que passou a vida a passear-se pelos corredores do poder, a fazer promessas e a semear ilusões, e que agora paga a factura dessa irresponsabilidade?
Não. A Ministra é uma pessoa normal, por vezes até com uma certa falta de jeito para a retórica barbuda da política profissional, uma cidadã que aceitou interromper a sua vida profissional para tentar fazer alguma coisa pelo seu país. Acertando por vezes. Errando outras vezes. Mas alguém que pode ser considerada o mais próximo possível de um modelo de cidadania, no sentido em que aceita fazer um enorme sacrifício pela causa pública.
Mas isso não merece respeito a um número significativo de "sindicalistas", que são de facto políticos, profissionais ou quase, há muitos anos. Mas isso não infunde respeito a muitos professores, que deviam estar a educar os seus alunos para admirarem exemplos de civismo como o de Maria de Lurdes Rodrigues.
E depois venham cá com discursos bonitos acerca da necessidade de renovar a classe política e de melhorar a participação cidadã e de trazer gente normal para a política.
Não. O que pede quem assim se comporta é outra coisa. Pede políticos-robot.
(Que me desculpem os robots.)
[Nota do Editor: O "selo do tempo" original deste post é 19-11-08 às 11:00]