É a tal leitura inteligente do Pacto de Estabilidade e Crescimento...
O governo português não sabe o que é "uma leitura inteligente" do Pacto de Estabilidade e Crescimento. Pelo menos, PPC mete os pés pelas mãos quando fala nisso, porque precisa de atacar esse conceito que o secretário-geral do PS defende há muito. E que vai fazendo o seu caminho na Europa. É o próprio presidente da Comissão Europeia que reconhece o conceito, o usa e até o aplica em medidas que podem favorecer, por exemplo, a França e a Itália.
Portugal, pelo que se consegue compreender das regras ontem anunciadas, fica de fora da linha da frente dos que podem beneficiar da nova "leitura inteligente". Pois: com um governo que assobia para o lado, que não faz o seu trabalho em Bruxelas, que prefere manter a teoria de que a austeridade é que é boa, Portugal fica na segunda linha dos pequenos passos que Juncker vai dando.
Podia ser de outra maneira se o governo de Portugal defendesse Portugal, em vez de defender as teses das suas pequenas lutas interpartidárias. Neste caso, o governo português não é preguiçoso: faz-se preguiçoso para disfarçar os erros das suas escolhas políticas.
(O director do Económico reconhece parte da questão. Mas deixa outra parte no tinteiro. Pois. Aqui: Leitura flexível do Pacto? É melhor ler outra vez.)