As formas concretas de sociabilidade dos humanos são crescentemente influenciadas por novos tipos de objectos. Agentes artificiais ou «objetos inteligentes» estão cada vez mais presentes nas relações entre humanos no contexto social. Fenómenos como a «especulação automatizada» ou a «Internet das coisas» exemplificam a metamorfose de objetos com crescente impacto em domínios específicos da interacção social. Neste estudo interroga-se esta realidade com os instrumentos do debate em Antropologia sobre o totemismo e animismo nas sociedades não-Ocidentais ditas primitivas. Este debate, que teve início há algumas décadas e ainda prossegue, fornece conceitos que ajudam a questionar ideias e experiências históricas das Ciências do Artificial (especificamente a Inteligência Artificial). A partir deste ponto de vista são também postos em questão fenómenos mais recentes.
Este é o resumo do meu artigo "O Totem Máquina. O Futuro da Identidade e o Futuro da Comunidade na Máquina Universal", publicado na Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto - Série de Filosofia, no volume de 2012 (apesar de escrito e publicado em 2013), que passou agora a estar disponível gratuitamente em linha: basta clicar aqui.
Este texto teve origem numa palestra que dei na Universidade de Coimbra, a 31 de Maio de 2012, no Centro de Investigação em Antropologia e Saúde, a convite do Professor Luís Quintais, a quem agradeço ter-me levado para estes cruzamentos (que, aliás, tiveram muito a ver com a minha posterior ida e estadia para o Japão durante cinco meses de 2013).