As instituições vivem do facto de servirem certos fins, próprios de uma sociedade organizada e como tal reconhecidos. Um partido político numa democracia, por exemplo, supõe-se ser o instrumento de certos sectores com interesses e visões do mundo específicas, dando a esses sectores a possibilidade de concretizar aspectos dessa mundividência. Uma instituição definha caso se instale a convicção de que se arrasta na mera aparência de servir os seus fins próprios.
O PSD de hoje tem, como instituição, um problema grave, que consiste em já terem passado muitos anos desde o tempo em que o país e os próprios dirigentes social-democratas viam esse partido como uma força com uma ideia para o país e com realizações concretas na governação. É que passar pelo governo não chega, é preciso deixar obra que certifique que tal e tal governo não foi uma causa sem efeitos. Compreender para que serve na prática o PSD começa a ser apenas um exercício de memória histórica – e não de mobilização para o futuro. Isso torna real o risco de o PSD vir a caracterizar-se como uma instituição falhada, com os enormes riscos que isso comporta para o regime.
O sinal mais recente desse risco foi dado por Manuela Ferreira Leite, ao defender no Parlamento que a legalidade no funcionamento da Justiça seja atirada às urtigas desde que isso possa trazer elementos “interessantes” para o debate político. A tal ponto chegou este PSD na sua renúncia à vocação de governar o Portugal democrático. No fundo, MFL despreza a “forma” – que é o aspecto da democracia que historicamente se tem revelado de mais difícil entendimento para muitos sectores ideológicos. Faz, desse modo, uma confissão pública de inadequação radical à “democracia formal” e ao Estado de direito. Vivemos dias perigosos: ter um partido falhado no centro do regime pode ter consequências desastrosas. Essa é razão suficiente para todos os democratas esperarem sinceramente que o PSD encontre rapidamente o rumo que lhe devolva as características próprias de um partido com ideias alternativas para o país e com a ambição de as concretizar.
[Um produto A Regra do Jogo]
O PSD de hoje tem, como instituição, um problema grave, que consiste em já terem passado muitos anos desde o tempo em que o país e os próprios dirigentes social-democratas viam esse partido como uma força com uma ideia para o país e com realizações concretas na governação. É que passar pelo governo não chega, é preciso deixar obra que certifique que tal e tal governo não foi uma causa sem efeitos. Compreender para que serve na prática o PSD começa a ser apenas um exercício de memória histórica – e não de mobilização para o futuro. Isso torna real o risco de o PSD vir a caracterizar-se como uma instituição falhada, com os enormes riscos que isso comporta para o regime.
O sinal mais recente desse risco foi dado por Manuela Ferreira Leite, ao defender no Parlamento que a legalidade no funcionamento da Justiça seja atirada às urtigas desde que isso possa trazer elementos “interessantes” para o debate político. A tal ponto chegou este PSD na sua renúncia à vocação de governar o Portugal democrático. No fundo, MFL despreza a “forma” – que é o aspecto da democracia que historicamente se tem revelado de mais difícil entendimento para muitos sectores ideológicos. Faz, desse modo, uma confissão pública de inadequação radical à “democracia formal” e ao Estado de direito. Vivemos dias perigosos: ter um partido falhado no centro do regime pode ter consequências desastrosas. Essa é razão suficiente para todos os democratas esperarem sinceramente que o PSD encontre rapidamente o rumo que lhe devolva as características próprias de um partido com ideias alternativas para o país e com a ambição de as concretizar.
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