Judite de Sousa estava ainda agora a perguntar (a António Vitorino, na RTP1) que diferença fazia o Tratado de Lisboa para o "cidadão comum" (seja lá isso o que for). O homem respondeu-lhe que, na verdade, nenhum Tratado faz diferença para o cidadão comum. Tem razão AV, num certo sentido: as camadas superiores da realidade institucional de sociedades complexas só muito indirectamente se ligam ao dia-a-dia das pessoas em geral. Isso, contudo, não quer dizer que essas camadas institucionais sejam menos importantes para o "cidadão comum". Por exemplo, se um sistema político bloquear e, desse modo, impedir a tomada de decisões que seriam necessárias à resolução de problemas que não se resolvem espontaneamente - será o cidadão comum, finalmente, a pagar as favas. Mas, claro, para perceber isso é preciso olhar um bocadinho mais longe do que a ponta do nariz de uma famosa entrevistadora com chavões sempre prontos a disparar para atingir o olho e o ouvido do "espectador comum" (seja lá isso o que for).
Judite de Sousa estava ainda agora a perguntar (a António Vitorino, na RTP1) que diferença fazia o Tratado de Lisboa para o "cidadão comum" (seja lá isso o que for). O homem respondeu-lhe que, na verdade, nenhum Tratado faz diferença para o cidadão comum. Tem razão AV, num certo sentido: as camadas superiores da realidade institucional de sociedades complexas só muito indirectamente se ligam ao dia-a-dia das pessoas em geral. Isso, contudo, não quer dizer que essas camadas institucionais sejam menos importantes para o "cidadão comum". Por exemplo, se um sistema político bloquear e, desse modo, impedir a tomada de decisões que seriam necessárias à resolução de problemas que não se resolvem espontaneamente - será o cidadão comum, finalmente, a pagar as favas. Mas, claro, para perceber isso é preciso olhar um bocadinho mais longe do que a ponta do nariz de uma famosa entrevistadora com chavões sempre prontos a disparar para atingir o olho e o ouvido do "espectador comum" (seja lá isso o que for).