União Europeia falha revisão do Tratado e avança para integração a duas velocidades.
«O fracasso foi provocado pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, que condicionou o apoio à revisão do Tratado à obtenção de algumas derrogações às regras europeias de regulação dos serviços financeiros, o que os outros países rejeitaram categoricamente. [...] “Para aceitar uma reforma dos tratados a 27, Cameron pediu – o que nós todos considerámos inaceitável –, um protocolo no Tratado para exonerar o Reino Unido de um certo numero de regras sobre os serviços financeiros”, afirmou o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, no final dos trabalhos. “Não pudemos aceitar porque consideramos, pelo contrário, que uma parte dos problemas do mundo vem da desregulação dos serviços financeiros”, sublinhou.
Os cavalos de Tróia tomam historicamente muitas formas e são de geometria variável. Cameron, na União Europeia, é esse o papel que joga neste turno. E ele não é o primeiro, vindo daquele lado, a jogar esse papel. Charles de Gaulle viu o filme todo. Os britânicos viajam para o continente principalmente para plantar ervas venenosas. Nesta crise, o seu papel tem sido o de colocar pedras no caminho de qualquer solução. E não se julgue que isso é exclusivo dos seus governos conservadores. Assim se vê que é deslocado focar todas as frustrações dos europeus na Alemanha e na senhora Merkel.