Bruegel "O Velho", O recenseamento de Belém, 1566
(Museu Real de Belas Artes da Bélgica, Bruxelas)
“Por aqueles dias, saiu um édito da parte de César Augusto para ser recenseada toda a terra. Este recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo Quirino governador da Síria. Todos iam recensear-se, cada qual à sua própria cidade. Também José, deixando a cidade de Nazaré, na Galileia, subiu até à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e linhagem de David, a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que se encontrava grávida.” Lucas 2, 1-5
Sabemos que há seitas que vislumbram a terrível mão opressora do Estado em todo o lado. Alguns indivíduos nem precisam de seita para isso: constituem uma espécie de seita individual onde cultivam a imaginação literária em forma de delírio político. Há um bloguer, que visitamos regularmente para sabermos novidades dessa parte do mundo, que anda agora a convocar as forças do céu contra... contra... adivinham bem: contra o recenseamento, essa manobra diabólica que ameaça a liberdade individual. Carlos, veja se se acalma: se calhar esta modalidade de recenseamento até vai acabar, não em Portugal mas no conjunto dos países civilizados que fazem estas coisas, por ser muito cara e poder ser feita de outra maneira. Entretanto, não se esqueça que, segundo os Evangelhos, se não fosse um certo recenseamento, o Menino Jesus não teria ido nascer a Belém. Só não sei é se isso o torna mais ou menos desfavorável ao recenseamento...