12.1.10

ouvida a sra. Ashton


A audição da sra. Catherine Ashton no Parlamento Europeu (PE) parece que não foi brilhante. «“Falta de visão” foi o veredicto emitido por vários deputados do PE.» Nada de surpreendente.
O assunto é mais picante do que parece à primeira vista. O PE pode rejeitar indigitados Comissários (já o fez aquando da Comissão Barroso I). Pode, portanto, "vetar" a sra. Catherine Ashton como membro da Comissão. Mas, enquanto Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, a sra. Ashton é mais do que um membro da Comissão - embora tenha de ser também membro da Comissão, exerce um cargo igualmente ligado ao Conselho (órgão de influência dos governos na UE). Se o PE mandar embora a sra. Ashton, estará a tomar para si um braço institucional mais longo do que era suposto.
O PE, de há alguns anos para cá, tem vindo a ganhar o seu peso político de forma pragmática: não deixa nunca de exercitar qualquer poder que conquiste, mesmo que o faça moderadamente. Este momento, em que se experimentam os novos equilíbrios resultantes do Tratado de Lisboa, será oportunidade a não perder. Se tentar vetar a sra. Ashton, o PE estará apenas a consolidar a sua estratégia - ou estará a preparar a primeira grande crise político-institucional da nova arquitectura da UE?
Assunto a seguir, até por os britânicos não quererem, por nada deste mundo, perder um instrumento de controlo da nova janela europeia para o mundo.

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