O Expresso de ontem trazia estas duas notícia na primeira página. O consultor de um órgão de soberania (PR) critica outro órgão de soberania (Governo); o assessor de um titular de um órgão de soberania (Governo) ataca um assessor de outro órgão de soberania (PR). Sem entrar nas matérias em apreço nessas críticas e ataques, observo dois pormenores.
Primeiro, o destaque dado a notícias tão paralelas na forma acaba por ser bastante diferenciado quanto à ocupação da mancha. O assessor de Sócrates merece um título a letras mais gordas, numa zona mais nobre da página. O consultor de Cavaco é colocado numa posição mais discreta.
Segundo, o consultor de Cavaco é pessoa cordata e só faz críticas, coisa normal em democracia, como é bom de ver. Já o assessor de Sócrates deve ser um animal: ele atacou Fernando Lima. O homem de Belém falou; o homem de S. Bento certamente deu caneladas, murros, estaladas no tal Lima. Se calhar até o mordeu.
Aliás, deve ter sido esse ataque, certamente brutal, que justificou o maior realce dado a esta notícia. Já que um assessor de Cavaco entre na disputa partidária contra o Governo, isso é coisa de apreciar como acto normal: a liberdade de criticar em democracia.
Ou será coisa outra o que aqui se vê?