Viram o filme Torre Bela, de Thomas Harlan, que se passa no já longínquo país que é o Portugal de 1975? A nota de divulgação, aquando da reposição (salvo erro em 2007), rezava assim: «Documento único e extraordinário sobre a ocupação da Herdade da Torre Bela no Ribatejo no pós-25 de Abril. A 23 de Abril de 1975, cinco semanas depois do 11 de Março e dois dias antes do aniversário da revolução dos cravos, ex-trabalhadores agrícolas, prisioneiros políticos libertados e rufias invadem a herdade, propriedade do duque de Lafões, numa acção rara por decorrer no Ribatejo (quando a maioria das ocupações se passavam no Alentejo e o Ribatejo permanecia refúgio da Direita) e por não estar, ao contrário das outras, ligada ao Partido Comunista. Realizado por Thomas Harlan e produzido por Paulo Branco, é um acutilante olhar político sobre uma época, uma utopia e as suas contradições.»
Ora, esse filme tem um diálogo de antologia, que parece ser acerca da propriedade de uma pequena ferramenta agrícola, mas que é afinal sobre os mais complicados recantos da mente humana, da luta entre o que sonhamos ser e o que tememos que o mundo realmente seja. Um diálogo entre utopia e realismo. (Abaixo fica um excerto.)
Agora, o Homem do Farol está a dar o episódio em novela ilustrada. Começa aqui. Vamos vendo.