Este conjunto de cinco apontamento é uma actividade preparatória para a reportagem diária e em directo que aqui faremos do RoboCup 2009, em Graz (Áustria). A cobertura local começará a 1 de Julho e terminará a 5 de Julho, acompanhando assim todo o período de competições.
Como dissemos anteriormente, a principal modalidade do RoboCup, o futebol de competição, organiza-se em várias “Ligas”, que passamos a descrever brevemente.
Liga de Simulação
Na "Liga de Futebol em Simulação" os investigadores não têm de se preocupar com o hardware (com a plataforma robótica física) e podem concentrar-se nos aspectos mais “imateriais” da inteligência artificial e na concepção da estratégia de equipa. Na Liga de Simulação 2D há duas equipas de onze jogadores virtuais e independentes (agentes) a jogar num estádio de futebol virtual representado por um servidor central (SoccerServer). Este servidor sabe tudo sobre o jogo, ou seja, designadamente, a posição actual de todos os jogadores e da bola, bem como a física daquele mundo simulado. O jogo depende muito da comunicação entre o servidor e cada agente, bem como das captações dos sensores virtuais (visuais, acústicos e físicos) dos agentes. Os agentes podem realizar várias “acções”, tais como virar-se ou chutar. Há também uma Liga de Simulação 3D (em que é maior o realismo do ambiente, o que implica, designadamente, uma física mais complexa) e uma Liga de Simulação 3DD (desenvolvimento). Cada jogo dura dez minutos.
Liga de Pequenos Robots
Na "Liga de Pequenos Robots", duas equipas de cinco robots cada, não podendo exceder os 18cm de diâmetro nem os 15 cm de altura (a menos que usem um sistema de visão a bordo), jogam uma contra outra num campo de aproximadamente 5 metros de comprimento por 3,5 de largura, com uma bola de golfe cor de laranja. Os jogos têm duas partes de 10 minutos cada. A maior parte das equipas usa um sistema de visão global do campo, colocado 4 metros acima dele.
Liga de Robots Médios
Na "Liga de Robots de Tamanho Médio", equipas de 5 robots com cerca de 50 cm de diâmetro jogam futebol num campo de 12 x 8 m. Os jogos têm duas partes de 10 minutos cada. Todos os sensores utilizados por estes robots na sua operação vão a bordo dos próprios robots. Pode haver comunicação entre robots, mas sem fios. Não é permitida qualquer intervenção dos humanos durante o jogo, a não ser para colocar ou retirar os robots no/do campo. Um dos principais truques usados há alguns anos para facilitar a vida aos robots, consistente em os objectos relevantes (como balizas, marcas delimitadoras de campo e posições especiais como os cantos, bola) terem cores distintivas previamente determinadas, está progressivamente a ser modificado para aumentar o grau de dificuldade: cada vez mais as equipas terão de se orientar sem essas “ajudas”. Este ano já só um elemento terá uma cor distintiva: a bola. E mesmo isso deve mudar em futuras edições.
Liga de Plataforma Padrão
Nesta liga todas as equipas usam a mesma plataforma (o mesmo tipo de robot físico, o mesmo hardware de base), de modo a que a competição se desenrola em torno da programação, do software. No passado, nesta liga brilhavam os cães-robotos AIBO, da Sony. Agora, temos equipas constituídas por robots humanóides NAO, da Aldebaran Robotics. O jogo (duas partes de 10 minutos cada) desenrola-se num campo com cerca de 7,5 m de comprimento e cerca de 5,4 de largura.
Liga Humanóide
Nesta liga competem robots com uma aparência física que, na sua estrutura global, pretende imitar a das pessoas. Há duas classes nesta liga: KidSize, para robots de 30 a 60 cm de altura; TeenSize, para robots de 100 a 160 cm de altura. Além dos “jogos”, nesta liga há também desafios técnicos
Vá pensando no significado de todos estes robots futebolistas e, depois, participe na consulta orientada pela pergunta "As máquinas pensam?". Como? Votando ao cimo da página ou comentando estes apontamentos.
Próximo apontamento desta série - aqui neste blogue, amanhã.