24.6.09

que fazer?


Previsões da OCDE: Portugal recua 4,5 por cento em 2009 e desemprego atinge os 11,2 por cento em 2010.


Há a crise internacional. E, claro está, há - e já havia antes - a nossa própria crise. A crisezinha portuguesa, com certeza. A que alguns esquecem e outras usam para apontar o dedo. Apontar o dedo, a quem? A quem sinalizou que não enriquecemos trabalhando menos ou pior. Que com a passividade só ficaremos mais pobres.
Andam todos, nas oposições, a evitar dizer que só saímos desta apagada e vil tristeza com sangue, suor e lágrimas. É por isso que, malgré os erros de Sócrates, estas oposições só me parecem prometer as mesmas novelas tristes do passado.
A direita só quer que o rigor caia sempre sobre a cabeça dos mesmos, apesar das iníquas desigualdades que marcam o nosso país com o ferro da vergonha.
A esquerda da esquerda prescindiu do discurso da emulação, do discurso da entrega, esvaziou o discurso da solidariedade - porque acredita que o dinheiro cai do céu. Essa fatal ilusão da "esquerda revolucionária", mesmo disfarçada de "esquerda chique", continua a ser a principal razão da sua aspiração à inutilidade.
"Que fazer?" - já perguntava o outro.