..., realizada para avaliar das razões dos que votaram "sim" ou "não", e dos que se abstiveram, mostra algumas coisas interessantes.
Para me concentrar apenas num exemplo, a larga maioria dos que votaram "não" são de opinião que esse resultado negativo coloca a Irlanda numa posição de força negocial face aos outros Estados Membros na óptica de uma renegociação do Tratado.
Comentário: esse é um método que outros Estados Membros (por exemplo o Reino Unido) seguem à mesa das negociações no seio das próprias instituições: negociar até ao fim um equilíbrio cuja aceitação muitas vezes custa os olhos da cara às outras partes e - depois do "fim" - colocar novas exigências como "tudo ou nada" (se não me dão mais isto e aquilo, nada feito). Basicamente, uma atitude negocial de permanente chantagem. Esse método, transposto para o suporte do mecanismo referendário, é ainda mais perverso. A razão pela qual desejo que não se dê de novo um prémio ao "não" irlandês é esta: premiar os que fazem chantagem connosco é dar-lhes luz verde para prosseguirem na mesma via em novas ocasiões.
[UE vai ter de esperar até Outubro para solução do caso irlandês.]