25.6.08

o ministro, a confederação, e a toma de reféns


CAP abandona negociação sobre Código de Trabalho em protesto contra declarações de Jaime Silva.


A meu ver o ministro andou mal com aquelas declarações sobre a CNA e sobre a CAP. Não tem nada a ver com ele ter ou não ter razão em matéria de facto. Nem significa que não lhe reconheça o direito a expressar aquela opinião política. Tem a ver com a necessidade de um governante se concentrar nos problemas, e em preservar as condições para negociar as respectivas soluções, deixando para outrém outros níveis de dialéctica política.
Agora, a CAP que não nos tome por tolos: a violência da CAP contra Jaime Silva tem sido mais frequente e mais dura do que o contrário. Não vale a pena virem agora fazer-se de anjinhos. Principalmente quando pegam na moda de toda a gente entender que pode tomar as estruturas públicas como reféns. Zangaram-se e auto-suspendem-se da concertação social, precisamente num momento central da negociação sobre a legislação do trabalho. E se o governo também se suspendesse da concertação social quando os parceiros dizem cobras e lagartos disto e daquilo, deste e daquele ministro?
Talvez mais grave do que tomar a rua pela força e fora da lei - é tentar tomar os mecanismos de funcionamento da polis por dentro, por meio da violência política.

CAP recebe garantias do Governo e vai participar na reunião de Concertação Social.