24.7.07

É Natal, é Natal


Felizmente o tema da natalidade volta à superfície. (Lembram-se de quantos se riram do tema quando Guterres tentou colocá-lo na agenda política?) Começou, como tudo neste país, com mais dinheiro. É natural - e mexer na estrutura dos abonos é importante. Mas entretanto o tema já começou a avançar mais, com o alargamento da questão às estruturas de apoio ao quotidiano concreto dos cidadão que sejam pais (creches, por exemplo).

Mas é preciso ir mais longe: a precaridade no mercado de trabalho (nomeadamente dos jovens adultos) é um dos factores que mais dano causam à procriação em tempo útil. Todos os apoios que se inventem só valem para os que cheguem a ter os filhos - e muitos sabem que a paternidade e maternidade responsáveis são penalizadas pelo clima de "todos contra todos" que impera em largos sectores da vida activa, onde se procura extrair tudo a todo o preço de jovens profissionais em princípio de carreira. As protecções contra a discriminação profissional dos procriadores só funcionam correctamente quando enquadradas por relações de trabalho com uma estabilidade relativamente elevada. É por isso que promover a natalidade, que é uma necessidade urgente, também passa por combater a precaridade no mercado de trabalho.

Mais um ponto de reflexão para a flexigurança...