Pedro Arroja irritou-se com o Museu Judaico de Berlim. Parece que acha inadmissível obrigarem os pobres dos alemães a recordar pequenos incidentes da sua história recente.
E depois, para não parecer que a sua irritação é muito particular sobre aquele museu e aquele país, escreve mais: «Como cidadão português, eu nunca aceitaria que a comunidade judaica em Portugal fosse colocar no centro de Lisboa um museu evocativo das perseguições que os judeus foram alvo no país - e estou persuadido que seria nisso acompanhado pela esmagadora maioria dos portugueses. Recomendaria que fizessem o Museu no centro de Telavive. Da mesma forma que compreenderia muito bem a recusa do povo judeu em deixar instalar no centro de Telavive um museu palestiniano evocativo dos abusos que o povo judeu tem cometido sobre o povo da Palestina.»
Certos indivíduos são prisioneiros do que consideram ser o seu "torrão natal", ou a sua "raça", ou a sua "nação". E por essa razão são incapazes de sentir a pertença à humanidade como algo que implica solidariedades mais vastas. Eu sinto-me identificado com as vítimas dos pecados da humanidade, mesmo que os executores tenham sido os meus compatriotas e as forças do meu país. Aliás, os candidatos a carrascos que mais ameaçam a minha própria liberdade são os que comigo partilham a mesma terra, por mais próximo estarem de um dia me deitarem a mão se isso lhes for conveniente.
Eu, por mim, acharia muito útil que houvesse em Lisboa ou em qualquer ponto do país uma memória das maldades que se cometeram na nossa história. E sentir-me-ia mais próximo daqueles outros povos que soubessem fazer o mesmo. E sinto-me muito longe destes que se incomodam tanto com a memória.
E depois, para não parecer que a sua irritação é muito particular sobre aquele museu e aquele país, escreve mais: «Como cidadão português, eu nunca aceitaria que a comunidade judaica em Portugal fosse colocar no centro de Lisboa um museu evocativo das perseguições que os judeus foram alvo no país - e estou persuadido que seria nisso acompanhado pela esmagadora maioria dos portugueses. Recomendaria que fizessem o Museu no centro de Telavive. Da mesma forma que compreenderia muito bem a recusa do povo judeu em deixar instalar no centro de Telavive um museu palestiniano evocativo dos abusos que o povo judeu tem cometido sobre o povo da Palestina.»
Certos indivíduos são prisioneiros do que consideram ser o seu "torrão natal", ou a sua "raça", ou a sua "nação". E por essa razão são incapazes de sentir a pertença à humanidade como algo que implica solidariedades mais vastas. Eu sinto-me identificado com as vítimas dos pecados da humanidade, mesmo que os executores tenham sido os meus compatriotas e as forças do meu país. Aliás, os candidatos a carrascos que mais ameaçam a minha própria liberdade são os que comigo partilham a mesma terra, por mais próximo estarem de um dia me deitarem a mão se isso lhes for conveniente.
Eu, por mim, acharia muito útil que houvesse em Lisboa ou em qualquer ponto do país uma memória das maldades que se cometeram na nossa história. E sentir-me-ia mais próximo daqueles outros povos que soubessem fazer o mesmo. E sinto-me muito longe destes que se incomodam tanto com a memória.