12.3.10

moinhos, quixotes e sanchos panças / com coisas sérias não se brinca


Trata-se de um blogue que aprecio: jugular. Mas fiquei francamente revoltado com este post, que, supostamente a propósito desta notícia - Professor vítima de bullying preferiu morrer a voltar ao 9º B - reza assim:
Se resolvesse agora matar-me à facada romba, era por causa do meu colega que me ganhou o julgamento da semana passada, certo? Se um médico der um tiro na cabeça, tal deve-se, por certo, a um doente hipocondríaco. O talhante? Orelha de porco estragada, raio do fornecedor. O escritor tropeçou numa vírgula, a culpa é do professor de 4ª classe. O crítico perdeu um adjectivo: o culpado é o mesmo da questão anterior. Já o jornalista, esse, morreu de falta de vergonha na cara.
Verifiquei, pelo teste do comentário ao supra transcrito post (estas coisas não se podem citar parcialmente), que o respectivo autor não o tinha escrito num momento de precipitação. Ele queria mesmo escrever aquilo.
Então, repito aqui o que lhe disse em comentário: quem escreve isto, reflectidamente, é porque confunde escolas com os matadouros onde pode haver orelha de porco estragada, na expressão do escriba. Pelos vistos não é só da banda sindical que vem o desvario de reduzir os problemas da escola à luta político-jornalístico-sindical. É o vale tudo. Muito baixo.
A Ministra da Educação tem razão: “Queria apelar para a seriedade no tratamento destas questões que têm a ver com a vida das nossas crianças, das famílias e dos professores e que envolvem sofrimento”. Suponho que a eventual falta de seriedade de uns não desculpa a de outros.
Pelos vistos, há pessoas que não percebem que com certas coisas não se brinca. Muito menos se brinca a sério.
(Neste caso, a arrogânciazinha menor do escriba, lá na resposta ao comentário, nem é coisa que conte. Só para o currículo do dito, claro.)