30.3.10

igreja, pedofilia, pensar seriamente



Não sou católico (já fui), nem crente (já fui), não sou ateu (sou agnóstico, coisas que quer os fanáticos crentes quer os fanáticos ateus abominam), tenho sobre o fenómeno religioso uma posição ditada pela minha recusa da engenharia social, acho ridículas as lutas "científicas" contra ou a favor da religião, procuro pensar cada caso como um caso sem generalizações abusivas. Aflijo-me, por isso tudo, com o que se está a passar em torno da pedofilia na Igreja Católica. Há os que acham que a pedofilia é quase uma fatalidade sacerdotal por causa do celibato; há os que pretendem que a Igreja não tem nada a ver com isto, porque desviantes há em todo o lado e isso não depende da instituição (no que são mais papistas do que o Papa, o qual reconheceu, por exemplo no caso da Irlanda, que isso não é bem assim). Há os que pararam no tempo dos privilégios da Igreja e pensam que resolvem o problema pretendendo que tudo isto não passa de uma campanha; há os que aproveitam para uma espécie de cruzadas ao revés, como se a Igreja Católica fosse o símbolo de todo o mal.
No meio de tudo isto, acho que vale a pena ler (só agora o apanhei na edição em linha do Público) o artigo do António Marujo, pessoa que, além de ser de boa terra, é muito bem informada sobre questões de religião e de Igreja, o que ajuda a escrever sem papas na língua e com bom senso. A maior crise da Igreja Católica dos últimos 100 anos, por António Marujo.


(O livro "Como se Faz um Santo", é da autoria do Cardeal José Saraiva Martins, na altura Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Ele discorre sobre o tema da santidade no vídeo abaixo.)