Não encontro melhor comentário a este assunto picante (que andou por aí enquanto eu estive no planeta MEO) do que uma recente série de postas de E Deus criou a Mulher, a saber:
(1) Entrevista de emprego: uns acham-na perfeitamente adequada para o atendimento na loja do cidadão de Faro; outros acham que a senhora não deve ter um decote generoso assim...
(2) Filas de espera aumentam nas lojas do cidadão: decotes e gangas allowed
(3) Manuel Alegre diz que é "fascizante" proibir decotes e minissaias no atendimento da loja do cidadão. Devíamos ter pedido o mesmo na escola. Ah, como aprenderíamos todos melhor Camões
(4) Acabe-se com a preguiça de escriturárias e funcionárias: queremos decotes e shorts e lingerie preta nas lojas do cidadão
(5) Nem só de lojas do cidadão vive o Estado: queremos inspectoras na Agricultura (por exemplo, e é só mais um exemplo) como o poeta Alegre deseja: decotadas comm'il faut
Assim percebo por qual razão houve tanta gente por aí indignada com o código de vestuário que os "ditadores" queriam "impor pela força das armas" a umas pobres moças de zona tão quente do país, ameaçando levá-las de volta ao "24 de Abril".