Papa Bento XVI admite uso do preservativo para travar a sida.
Continua o Público: «Pela primeira vez na história um Papa admitiu a utilização do preservativo “para reduzir “em certos casos” os riscos de contaminação” do vírus da sida, segundo um livro de entrevistas que será lançado na terça-feira. O Papa Bento XVI mantém que não considera o preservativo “uma solução verdadeira e moral”, mas admite a sua utilização em casos concretos: “Num ou noutro caso, embora seja utilizado para diminuir o risco de contágio, o preservativo pode ser um primeiro passo na direcção de uma sexualidade vivida de outro modo, mais humana.”»
Os tempos estão difíceis para todos. E há, portanto, que desencantar trabalho. Até os teólogos precisam. Aquela coisa de o preservativo poder ser utilizado "num ou noutro caso" abre um imenso filão de interpretações possíveis. Alimentando, pois, a procura de teólogos para essa safra.
(Agora a sério. Já era tempo de a Igreja Católica tratar estes assuntos de vida ou morte com um mínimo de lucidez. Já estamos fartos de fundamentalismos e de radicalismos iluminados, que tendem a fazer vencimento nas cúpulas destes aparelhos complexos, com insuportável insensibilidade à vida concretas das pessoas.)
(Grafito em Madrid, fotografado por Porfírio Silva.)