O ciclo "Das Sociedades Humanas às Sociedades Artificiais", organizado pelo Instituto de Sistemas e Robótica (Instituto Superior Técnico), continua na próxima segunda-feira, 28 de Abril, pelas 17:30, com a conferência “O cérebro em acção - interacção com o ambiente”.
A conferência será proferida por Fernando Lopes da Silva, Professor Emérito da Universidade de Amsterdam e Professor Convidado do Instituto Superior Técnico e da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
A conferência terá lugar no Anfiteatro do Complexo Interdisciplinar, Instituto Superior Técnico (campus da Alameda). Mais informação sobre localização clicando aqui .
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O cérebro em acção - interacção com o ambiente
O cérebro recebe, regista e processa informação proveniente do ambiente e comunica com o ambiente através de actos que, em geral, têm uma expressão motora. Nesta conferência passaremos brevemente em revista alguns aspectos fundamentais do processamento das funções receptivas do cérebro, mas focaremos em especial descobertas recentes que mostram como actividades cerebrais codificam a preparação de actividades motoras específicas, quer estas sejam executadas ou apenas imaginadas.
Isto é, analisaremos como no cérebro a intenção de realizar uma determinada acção se reflecte num determinado tipo de actividade neuronal. Em pormenor passaremos em revista os resultados experimentais que mostram as propriedades dos sinais electroencefalográficos (EEGs) obtidos enquanto um individuo imagina movimentos diferentes, i.e. da mão direita ou esquerda ou do pé. Estes novos dados permitem identificar “estados funcionais” do cérebro de curta duração com características específicas, consoante a natureza do programa motor imaginado.
Este tipo de resultados, e outros semelhantes, levam a pensar que estes “estados funcionais” podem ser utilizados para construir interfaces entre o cérebro e um computador (Brain-Computer Interfaces, BCIs) de modo a aumentar a capacidade de comunicação de indivíduos incapacitados de o fazer por paralisia dos membros com o ambiente. As vantagens e desvantagens da utilização de sinais do EEG (tanto actividade espontânea como evocada por estímulos sensoriais) em comparação com outros sinais neuronais registados directamente de dentro do córtex cerebral em BCI’s serão discutidas.