14.4.08

o acordo: acordar ou adormecer?

Ainda o acordo entre o Ministério da Educação e sindicatos sobre a avaliação de docentes:
Quer dizer: variados partidos, que antes reclamavam o diálogo entre as partes, agora dizem que o resultado do diálogo é a derrota de uma dessas partes. A capacidade desses partidos para apresentar uma concepção alternativa (mais construtiva) de diálogo social revela-se nula. Apesar de, nessa frente, até haver espaço para explicar ao governo algumas coisas que este parece não ter compreendido. (Explicar, por exemplo, que a posição dos sindicatos não se traduz automaticamente na posição dos professores.)
Quanto aos que apoiam sem reservas a "nova atitude" do governo (por exemplo os meus amigos que se espantaram por eu não mostrar entusiasmo pelo acordo acima mencionado), sempre lhes deixo a pergunta: dada a actual posição "dialogante" do governo, como é que o PS se vai apresentar às próximas eleições?
Vai pretender que já se fizeram todos os sacrifícios que havia a fazer para relançar o país, enganando o povo acerca da necessidade de fazer mais e novos esforços para nos modernizarmos, e assim abandonando o impulso reformista?
Ou vai "prometer" que, passadas as eleições, voltamos à estratégia do duche escocês, com três anos de gelo seguidos de um ano de águas mornas?
Ou será que alguém fantasia que esta estratégia de "doce após o amargo" pode deixar de ser explicada ao eleitorado?