1.4.08

educar a Igreja Católica


Quando a Igreja Católica interfere de forma grosseira e agressiva na vida pública de uma comunidade política, como agora quando pretende que o Estado será "militantemente ateu" se regular de uma certa forma os casamentos (e divórcios) civis, apesar de essa regulação em nada interferir com os casamentos católicos, nem implicar em nada com a liberdade de viver segundo os princípios católicos - quando assim age, em que é que a Igreja Católica é menos perigosa do que o fundamentalismo islâmico nos países em que se impõe a lei religiosa em vez da lei civil?
A diferença não está na mente desses "príncipes da igreja", que seriam capazes de nos fazer o mal que abominam noutros; a diferença está na sociedade, que não permite a esses hierarcas da Igreja que nos imponham a sua visão específica.
É como uma criança mal educada, que só esperneia e berra se não lhe fizerem ver a linha do interdito. Mas que se mostrará turbulenta logo que perceba a fraqueza dos adultos com quem lida.
É preciso, pois, educar democraticamente esta Igreja Católica Apostólica Romana à portuguesa, para que ela se perceba da gravidade destas tropelias numa democracia como a nossa.

(E não me venham dizer que isto é atacar a religião. Quem ataca a religião é quem dela abusa numa sociedade aberta.)