Ana Gomes pede remodelação governamental.
Parece que Vital Moreira também já pediu o mesmo.
Sou, por princípio (não é "em princípio", para depois derrogar; é "por uma questão de princípio")... dizia eu, Sou, por princípio, favorável a que os militantes dos partidos possam dizer, e digam, o que lhes parece conveniente para o país, seja isso coincidente ou não com a "linha geral" do respectivo partido. Acho que se trata de uma condição de salubridade da democracia.
Quanto ao tópico em causa, constituição do governo, até acho que esta "selecção Sócrates" tem vários "jogadores" mais fraquinhos do que os "titulares", os que jogaram na primeira parte, dando a ideia de que entraram em campo algumas reservas simplesmente por ter havido pernas e braços partidos no meio tempo inicial. E as reservas, em alguns casos, parece não terem tido tempo de proceder aos respectivos aquecimentos.
Posto isto, acho de eficácia duvidosa, e de interesse questionável, apelar a uma remodelação governamental. É uma espécie de voto piedoso que não ajuda nada. Algum PM fará uma remodelação se isso der o aspecto de uma cedência às vozes? Terão os proponentes dados para saber se há as disponibilidades desejáveis para entrar no barco a meio do vomitório provocado pela tempestade? Estarão certos de que é deste ou daquele ministro a verdadeira responsabilidade por não se terem tomado certas medidas em tiro mais certeiro a tempo e horas? Perguntas que me parecem pertinentes - a menos que se esteja apenas a pedir sangue para entreter as massas. Mas não o creio.
Ao fim e ao cabo, como ilustra bem, a meu ver, o excerto do filme "ABC do amor", de Woody Allen, que a seguir se deixa - há uma grande diferença entre estar no "acto" do lado de "fora" ou "residir lá onde se mexem os cordelinhos". São visões completamente diferentes da "função", essa é que é essa.
Everything You Always Wanted to Know About Sex But Were Afraid to Ask (O ABC do Amor), Woody Allen, 1972.