26.4.11

os programas eleitorais importam. quem pense que não, vai passar mal


Sócrates apresenta programa eleitoral do PS na quarta-feira.

É mais difícil ao PS do que ao PSD. Apresentar programa eleitoral, quero dizer.
O PSD, em princípio, quando empurrou o governo já devia saber o que queria fazer diferente. É certo que entretanto não apresentou programa nenhum - ou melhor, apresentou vários, mutuamente inconsistentes, no estilo disse, não disse, queria dizer. Mas isso deve ser apenas por falta de papel de impressão: estão à espera da enésima oportunidade para causar boa impressão, já que perderam a primeira, a segunda, a... Entretanto, por mor da boa convivência democrática, temos de acreditar que o PSD derrubou o governo em nome de uma ideia alternativa, não apenas para "ir ao pote", na expressão inspirada de Passos Coelho.
Já o PS, pode pensar-se, como ficou a meio de uma legislatura, basta apresentar o que ficou por fazer do seu programa de governo. Mas não: porque os tempos mudaram, porque são precisas respostas novas, embora sem esconder o legado. E, nas actuais circunstâncias, o legado tem coisas boas e coisas más. E é importante, numa relação séria com o eleitorado, que o PS faça um balanço robusto do que fez bem e do que fez mal. Que, além de falar verdade, fale claro. Só isso pode inspirar a necessária confiança.
Finalmente, vamos poder comparar o programa do PS com o programa do PSD e com os programas da esquerda da esquerda. Quero dizer: desde que todos ponham as cartas na mesa, claro.