13.4.11

pronto, lá vem ele com a conversa da política do ódio


Acho que alguns leitores estranham a minha insistência em denunciar a "política do ódio" que por aí tem andado. Torno-me um chato, eu sei. Mas eu também não ando aqui para vos amenizar os dias, ando aqui para vos espicaçar. Para vos incomodar, mesmo. Hoje quero dar-vos um exemplo concreto do que quero dizer.

A política do ódio tem servido para substituir a política. A política do ódio não é criticar. Criticar, até criticar veementemente, "faz parte". Sarcasmo, ironia, picardias: tudo isso é condimento quando a comida é boa. "Política do ódio" é outra coisa: rasteira, difusa, generalizada, esquiva, insinuante mas fugindo tanto quanto possível à declaração escrutinável.
Convenhamos que a técnica usada contra Sócrates foi mais específica: o primeiro-ministro foi alvo de uma tentativa de criminalização. Tentaram fazer-nos crer que ele era um criminoso, recorrendo mesmo à conspiração (provada em tribunal) entre um político, um jornalista e um polícia para "parir" um processo concebido para o sentar no banco dos réus de um tribunal comum. Também tentaram tratá-lo como um criminoso político: quiseram convencer o país que ele mentira ao parlamento e gastaram horas infindas de trabalho parlamentar para isso. Para acabar em ar o que nunca fora mais consistente do que o ar. Gastaram-se anos de emporcalhamento da vida política a desmontar todas essas atoardas.
Mesmo assim, a política do ódio é outra coisa, mais popular, de consumo mais imediato, mais esquiva, mais vaga, mais babugem apenas. Querem um exemplo: leiam esta posta e respectiva caixa de comentários. Pelo nome, Albergue Espanhol, reconhecem logo a marca do passismo. Vejam bem que não há só gaivotas em terra, vejam bem como eles se vestem bem.
Já agora, para começar a responder à pergunta do tipo que não sabe para que tem servido o Partido Socialista, damos-lhe uma primeira pista. Assim só para começar, que tal o Serviço Nacional de Saúde?


1978 - O Despacho ministerial publicado em Diário da República, 2.ª série, de 29 de Julho de 1978, mais conhecido como o “Despacho Arnaut”, constitui uma verdadeira antecipação do SNS, na medida em que abre o acesso aos Serviços Médico-Sociais a todos os cidadãos, independentemente da sua capacidade contributiva. É garantida assim, pela primeira vez, a universalidade, generalidade e gratuitidade dos cuidados de saúde e a comparticipação medicamentosa.
História do Serviço Nacional de Saúde