21.4.11

eu troiko, tu troikas, ele troika | não tenho troikos


A história seguinte, sobre Agostinho de Hipona, conhecido na literatura cristã como Santo Agostinho, faz parte da tradição dessa religião.
Conta-se que Santo Agostinho andava a passear na praia a meditar sobre o mistério da Santíssima Trindade. Enquanto caminhava, observou um menino que tinha um balde com água. A criança ia até o mar, trazia a água e deitava-a dentro de um pequeno buraco que tinha feito na areia. Após ver repetidas vezes o menino fazer a mesma coisa, perguntou-lhe:
- Que estás a fazer?
O menino, olhando-o, respondeu:
- Quero colocar a água do mar neste buraco.
Santo Agostinho sorriu e respondeu-lhe:
- Mas tu não percebes que isso é impossível, mesmo que trabalhes toda a vida? O mar é infinitamente grande. Nunca o conseguirás colocar aí todo, dentro desse pequeno buraco...
Então, novamente olhando para Santo Agostinho, o menino respondeu-lhe:
- Ora, é mais fácil a água do mar caber nesse pequeno buraco do que entenderes o que estás a pensar.
Tanto quanto se pode esquematizar um problema teológico, a dificuldade teria mais ou menos a seguinte forma:


De qualquer modo, o esquema acima seria uma traição à incompreensibilidade característica da própria divindade: tentar reduzir "o mistério" à razão humana seria demasiada pretensão, uma espécie de arrogância, quase pecado (para alguns).

Por que será que este "mistério" me faz lembrar a troika?

Boaventura Sousa Santos disse que "este não foi um dos dias mais felizes da sua vida", depois de duas horas e meia de reunião de trabalho com a troika.