23.7.10

Sociedades Humanas, Sociedades Artificiais: Perspectivas da Convergência


Um dos resultados da minha estadia como investigador visitante na Faculdade de Filosofia da Universidade Complutense, em Madrid, acaba de ser publicado na Trajectos. Trata-se de um artigo, a quatro mãos com Javier Bustamante, intitulado "Sociedades Humanas, Sociedades Artificiais: Perspectivas da Convergência".
O resumo é como segue:
Historicamente, as ciências do artificial têm explorado as possibilidades de máquinas inteligentes serem intercaladas nas interacções sociais dos humanos e de interagirmos com elas com um tipo de postura que signifique a sua admissão à relação social. Sem nos determos nos aspectos tecnológicos desse cenário, consideramos um obstáculo fundamental que ele enfrenta: as instituições, como marca distintiva das sociedades humanas, continuam a não ser compreendidas pelas ciências do artificial. Contudo, a convergência das sociedades humanas para sociedades artificiais pode ser conseguida, não pelos avanços das máquinas inteligentes, mas pelo empobrecimento das próprias sociedades humanas. Esse seria o resultado da limitação das possibilidades de construção institucional à disposição dos humanos. Esse processo de “naturalização” da sociedade tenderia a encerrar-nos num mundo de uma só camada, negando a possibilidade essencial de modificarmos o enquadramento institucional como modo de mudar o mundo e a estrutura dos problemas que nos concernem. Essas duas vias são neste texto consideradas como perspectivas da convergência entre sociedades humanas e sociedades artificiais.
Pode ser lido aqui:

Porfírio Silva e Javier Bustamante Donas, "Sociedades Humanas, Sociedades Artificiais: Perspectivas da Convergência", in Trajectos, 16, pp. 7-18