O protão é mais pequeno do que se pensava e por enquanto ninguém sabe porquê.
Este assunto da PT e da Vivo e das acções douradas e do proteccionismo e dos espanhóis e do Tribunal Europeu e coisas mais tantas em rebuliço - teve dois aspectos assinaláveis, que talvez tenham mais interesse para o futuro do que aparentam de momento.
Primeiro: o líder do Governo e do PS ensaia um discurso mais à esquerda do que é seu costume. Embora a governação não seja menos de esquerda por lhe faltar a prosápia correspondente, nem o discurso impacte necessariamente na realidade com a força desejada, vamos apreciar com expectativa o rumo que dará no futuro José Sócrates à sua determinação contra os desvarios neoliberais. Em especial, quando chegarem à mesa as novas privatizações.
Segundo: o líder do PSD exibiu fragilidade (inconsistência entre os grandes princípios e as questões concretas), ligeireza excessiva em assuntos decisivos (ir para Espanha fazer negaças ao governo do seu país no meio de uma tempestade político-empresarial ibérica), incapacidade para dominar os seus generais e coronéis (não sei se foi mais embaraçante um Relvas mais papista que o presidente ou Teixeira da Cruz a apoiar o Governo). Deste modo, Pedro Passos Coelho teve a sua primeira oportunidade para mostrar impreparação e imaturidade. E não perdeu pitada dessa oportunidade.