Portugal tem quase 500 mil desempregados.
Excelências, que antes da "crise" éreis sempre contra qualquer pensamento da economia centrado no emprego, porque permanecíeis fiéis à ideia da "taxa de desemprego natural", que dá mais fluência à economia real e mantém a maralha sob um certo controlo - Excelências, parem de falar no desemprego agora. A não ser que seja para começar a pensar de outra maneira para além da crise. No longo prazo, que é o prazo de que os economistas mais teóricos gostam, estaremos todos mortos. A prazo de dez anos, que é o prazo em que se sentem confortáveis os economistas que gostavam de ser governantes mas não têm unhas para isso, podemos não estar mortos mas estar muito amachucados. Voltem a falar no flagelo do desemprego só quando estiverem decididos a pensar em termos da desgraça imensa que uma pequena faúlha da economia pode representar para um homem ou uma mulher ou uma família concreta.