Cavaco diz que instituições até agora funcionaram no caso Lopes da Mota.
«O Presidente da República considera que as instituições até agora funcionaram no caso de Lopes da Mota, mas escusa-se a comentar a sua manutenção em funções porque a questão já foi transformada em combate político-partidário.»
Numa coisa sou capaz de estar de acordo com Cavaco: não parece saudável que tudo no país seja reduzido ao combate político, muito menos que tudo seja reconduzido à guerra entre partidos.
O totalitarismo da política (que consiste em pretender que toda a gente esteja sempre a pensar em termos de "bem da nação", qualquer que seja o assunto) e o totalitarismo da partidarização (que está sempre a tentar ler qualquer passo ou qualquer bocejo como sinal de inclinação partidária) - são doenças da democracia. Porque esgotam os recursos colectivos, em vez de os empregar no que é mais importante. Porque cansam as pessoas, que não são robots da república.
(Confesso que estou um bocadinho farto desta "tensão pré-revolucionária" alimentada pelo plano de assalto geral e por todas as vias ao quartel-general.)