7.11.12

o incansável Durão Barroso.


Hannes Swoboda, líder do grupo socialista no Parlamento Europeu, falou recentemente em apresentar uma moção de censura a Durão Barroso e ao comissário Olli Rehn (à Comissão Europeia) pela forma como tem gerido a crise que afecta a zona euro. Swoboda afirmou: "nunca ouvi Barroso, nem Rehn defender que se dê mais tempo aos países para se adaptar. Eles dizem as coisas sempre depois dos outros, do FMI, dos peritos. A minha crítica é que ele nunca está na liderança, vai sempre a correr atrás. Se é que corre, ele vai a andar atrás".

Estes socialistas são mesmo uns ingratos! Eles pensam que Barroso não trabalha?! Trabalha, sim, e muito. Vejam só este magnífico resultado do seu labor, que teve mais uma peça no movimento diplomático recentemente anunciado:

- João Vale de Almeida, embaixador da União Europeia nos Estados Unidos;
- Nuno Brito, embaixador de Portugal nos Estados Unidos (Washington);
- Mendonça e Moura, embaixador de Portugal junto das Nações Unidas (Nova York).

Três fiéis de Barroso a postos nos States. Seja pela via da Comissão Europeia, seja pela via do governo português, Durão Barroso está ao assalto do lugar de secretário-geral das Nações Unidas. Para isso, é extremamente conveniente ter conseguido colocar três "braços" da sua confiança no país onde decorre grande parte da manobra para produzir uma solução. Como de costume, Barroso gosta especialmente de lugares que poderiam ser ocupados por outros portugueses. Insinuou-se para presidente da Comissão Europeia enquanto dava o seu apoio oficial a António Vitorino, tendo esperado pela hora certa para lhe espetar a faca nas costas. Agora mexe-se com todos os braços do polvo para ganhar a corrida contra António Guterres, muito bem colocado para o lugar devido ao excelente trabalho que tem feito como Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados - mas que, obviamente, será prejudicado com a movimentação de mais um português.

Barroso, de facto, não tem tempo para se dedicar à crise europeia: a crise dele é o próximo passo da sua própria carreira. E, se não der resultado, ainda o vamos gramar como candidato a presidente da nossa República. Que grande estadista.