14.4.10

que credibilidade têm as palavras de Barroso como presidente da Comissão?



Barroso sobre o PEC de Portugal a 15 de Março passado:

Durão Barroso: PEC português é "credível, ambicioso e exequível". [Jornal de Negócios]

Barroso diz que PEC português é "credível", "ambicioso" mas "exequível". [RTP]

Durão Barroso: "PEC português é ambicioso, mas credível". [Expresso]

Olli Rehn, Comissário responsável pelos Assuntos Económicos e Monetários, declarou : "O programa de estabilidade português é ambicioso e bastante concreto para o período compreendido entre 2011 e 2013. No entanto, poderão ser necessárias medidas suplementares de consolidação orçamental, em especial para o corrente ano, caso se materializem os riscos que pesam sobre a evolução macroeconómica e orçamental. A consolidação orçamental é igualmente indispensável, atendendo à necessidade de reduzir os grandes desequilíbrios externos». (Press Release da Comissão Europeia, com data de hoje, menos de um mês depois, falando do mesmo documento a que se referia Barroso)

A diferença é grande. O comissário, talvez, naturalizando-se português, ainda possa candidatar-se a ministro das finanças cá do burgo. Em bruxelês, um subdialecto do linguajar diplomático, o que Rehn diz é "se correr bem, correu bem; se correr mal, como pode acontecer, não poderão dizer que nós não avisámos".

Barroso, como presidente da Comissão Europeia, fala de cor? Fala em Portugal por razões internas? Estará em campanha? E isso justifica que venha para cá dizer coisas que depois não têm sequência nem consequência? Ou, afinal, aquilo que ele diz não conta nada em Bruxelas?

(A parte em itálico foi acrescentada numa revisão deste post, depois de ler outros blogues com leituras mais positivas da posição da Comissão.)