O Estado francês vai ajudar os trabalhadores da SeaFrance a reerguer a empresa de ferries, que está insolvente e se prepara para fazer afundar os seus 800 trabalhadores. O método será o apoio financeiro a uma cooperativa operária.
Não me consta que o Estado francês esteja a ser gerido por nenhuma clique revolucionária. Mas lá, contrariamente ao que se passa por cá, parece haver quem entenda que os trabalhadores não servem apenas para carregar o fardo da austeridade. Afinal, os que mais pagam pela crise poderiam ter direito a outras oportunidades, a benefício de todos. Ou só os tubarões é que têm direito a ser salvos?
SeaFrance: l'Etat va aider les salariés à reprendre l'entreprise.
Adenda. Caso a seguir. A notícia acima pode não constituir uma política, mas antes um expediente (como se explica aqui), uma cartada da metade francesa do Merkozy. Só que, às vezes, em política, há caminhos que se descobrem apesar das intenções (ou da falta delas) dos actores em palco. Em qualquer dos casos, este caso deveria merecer-nos uma reflexão. Os trabalhadores não podem ser "os salvadores" das empresas a que dão o seu trabalho?