20.1.12

o PS.


O Partido Socialista faz falta ao país. Para servir na função que lhe cabe tem de fazer qualquer coisa para mudar o seu actual desempenho na política portuguesa. Já aqui o escrevi longamente, várias vezes: não se fez, de forma séria e pública, o balanço da fase anterior, dita socrática. Essa falta causou dois erros graves. Da parte da direcção, uma tentativa de fazer de conta que o mundo tinha começado com a chegada de AJS à liderança, deixando passar em claro, e facilitando, a manobra do PSD para atirar as culpas todas para o anterior PM. Da parte dos mais fervorosos apoiantes do anterior governo, uma exploração sistemática das dificuldades de dirigir um partido de oposição responsável nas actuais circunstâncias, como se essa dificuldade fosse só de Seguro e não fosse da generalidade dos partidos socialistas, social-democratas e trabalhistas por esse Europa fora. Estes dois erros reforçam-se mutuamente, como erros, e fazem com que os socialistas pareçam andar às aranhas.
Não tenho lições a dar ao PS, como é evidente. Mas gostava mais de ver os socialistas a discutir como poderia o país fazer melhor pelo crescimento e o emprego, que é afinal isso que o país espera de tão boa gente.
(E, claro, vou continuar a escrever o que penso, apesar de, manifestamente, haver por aí quem julgue que um cidadão que escreve num blogue tem obrigação de seguir as conveniências deste ou daquele partido, ou mesmo deste ou daquele partido.)