Dois pesos e duas medidas:
O facto de a UE continuar a olhar para outro lado enquanto Victor Orbán põe em prática um “regime autocrático” na Hungria leva o Süddeutsche Zeitung a levantar algumas questões. O diário de Munique lembra que os Estados Unidos julgam a situação tão preocupante que estão a pensar retomar o programa em húngaro na Radio Free Europe, a antiga estação de informação destinada aos países comunistas, enquanto a UE parece não querer perceber o que se passa e continua as suas relações com o “democrata Orbán”. Assim, para o SZ, « o Partido Popular Europeu [PPE], de que faz parte o Fidesz, porta-se alegremente como um congresso de branqueadores para o autocrata de Budapeste. Não basta aplicar a solidariedade às questões de dinheiro e de economia: é igualmente necessário considerar o bem-estar democrático dos povos. Porque uma coisa é certa: com tais leis, a Hungria nunca teria sido aceite na UE. Enquanto Estado-membro, no entanto, tudo se perdoa ao seu Governo. A Europa precisa de examinar conscientemente as suas convicções democráticas. A Hungria dá-lhe razões suficientes para o fazer.»
Visto de lá: em Budapeste, aumenta o descontentamento contra o primeiro-ministro húngaro, acusado de excessos autoritários. A comunidade internacional começa também a reagir, mas deve evitar o recurso à ingerência, considera o filósofo Gáspár Miklós Tamás.
Entretanto, na lusa blogosfera os novos ditadores húngaros têm amigos: até há quem aplauda a fórmula constitucional “Deus abençoe os húngaros”, de par com um certo elogio do anti-neliberalismo (talvez a fazer-nos lembrar que o neoliberalismo não é a única ameaça que por aí anda).
Adenda:
Socialistas e Liberais europeus reclamam sanções contra a Hungria - em inglês.
Socialistas e Liberais europeus reclamam sanções contra a Hungria - em francês.
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