Ricardo II, de William Shakespeare traduzido por Fernando Villas-Boas, encenado por Nuno Cardoso, no Teatro Nacional D. Maria II. Com todos os campos de batalha representados por campos de futebol (um dispositivo simples, talvez simplista, a valer uma já usada tese de antropologia acerca dos modos de combate primitivo que subsistem nas nossas mentes e nos nossos ritos de hoje). Com todas as lutas políticas dentro da classe dirigente a serem como sempre foram e como continuam a ser (quando são mesmo, e apenas, acerca da estruturação da classe dirigente). Eu nem gosto do tema, ao qual costumo chamar (com desprezo) populismo, mas a verdade é que um texto tão antigo, ao manter-se tão actual, faz pensar até que ponto às vezes só mudam as moscas.
(Foto do sítio do TNDM.)