Um dos temas deste blogue (como se lê no cabeçalho) é filosofia da ciência (o que, para nós, também passa por alguma história). Designadamente, no que toca a uma família de abordagens científicas a que chamamos "ciências do artificial". Sim, computadores e essas coisas, especialmente quando querem pô-los a imitar ou a emparceirar com os humanos.
Nesse quadro, vamos de seguida (nos próximos dias) deixar algumas notas acerca de um dos episódios mais curiosos da história da Inteligência Artificial. É uma história da década de 1960 e envolve um psicoterapeuta automático, quer dizer, um computador programado de forma a "fazer de conta" que é um psicoterapeuta.
O ELIZA, o tal programa, deve "conversar" numa língua natural (neste caso, o inglês) com um humano, sendo que o humano deve comportar-se como se estivesse numa consulta expondo os seus problemas do foro psíquico. E deve obter, do ELIZA, o comportamento correspondente ao do psicoterapeuta.
Diremos mais sobre isto para a semana, mas para já deixamos duas versões do ELIZA que estão disponíveis na rede.
Clicar aqui para ir à consulta com ELIZA (versão A)
Clicar aqui para ir à consulta com ELIZA (versão B)
Para interagir com qualquer das versões deste psicoterapeuta automático:
- escreva a sua frase (com pontuação) no espaço respectivo e faça ENTER;
- tem de escrever em inglês;
- procure escrever frases completas, ou até mais do que uma frase completa de cada vez;
- tente adoptar o estilo (nomeadamente os temas) de quem está a falar com o seu psicoterapeuta.
Se quer obter algo interessante, não vale a pena tentar enganar a máquina: isso é fácil e só dará resultados pobres. Tente colaborar com a máquina. Não estamos a tentar convencê-lo de que ela funciona bem: apenas queremos proporcionar a experiência de interacção com um exemplar histórico da saga da Inteligência Artificial.
Um exercício interessante poderia ser tentar as mesmas "falas" nas duas versões e comparar os resultados.
E, quanto ao resto, para a semana falamos.