Não é meu costume, mas partilho uma nota que encontrei no Facebook, publicada por António Alberto Silva. Não concordarei talvez com tudo, mas merece reflexão.
Defender, como fazem o BE e o PCP, que a plataforma comum para uma convergência de esquerda é rasgar o memorando com a Troika é risível: antes de haver memorando a divergência era total, a ponto de fazerem cair um governo sabendo que o que se seguia foi o que se seguiu.
Sócrates disse que se recusava a governar com o FMI. Quando o PSD, CDS, BE e PCP o obrigaram a isso, demitiu-se. Pediu ao Presidente da República para ser ele e mediar as negociações com a Troika, e este recusou-se a isso: obrigou o governo a continuar, embora em regime de gestão, e a fazer isso. O governo de Sócrates fez isso obrigado, em regime de gestão e por isso o memorando teve que ser assinado por uma maioria. O PSD e o CDS assinaram.
O BE e o PCP lavaram as mãos como se nada fosse com eles. Mas era. Brincaram com o fogo e queimaram-nos (ao povo e ao país): leviandade oportunista. Obrigaram-nos à Troika e agora querem expulsá-la: incoerência. Não brinquem connosco. Enquanto não souberem o que dizer e fazer, metam a viola no saco.
O PS já meteu a viola no saco. O PS, hoje, não sabe o que dizer ou fazer. Não tem projeto. Não saberia o que fazer se estivesse no governo. Meteu a viola no saco. Mais vale isso, do que dizer asneiras.
Os partidos do governo estão como querem: têm a Troika para servir de desculpa. E têm um projeto: ir além da Troika.
Que desgraça!
Único sinal de esperança: a manifestação de 15 de Setembro.
António Alberto Silva (página do FB)