1.6.11

a política do ódio, outra vez, agora por todos os meios


Parece que a direita está mais assustada do que podíamos perceber com o andar da campanha eleitoral: só assim se pode entender o extremar do esterco por parte de certa imprensa.

O caso Freeport, que nasceu de uma conspiração entre políticos de direita, polícias e jornalistas (como foi provado em tribunal), já tinha servido para duas campanhas eleitorais. Apesar de, na justiça, nunca ter dado nada, esse processo foi, durante anos, a arma principal da política de ódio contra Sócrates. Foi um verdadeiro regabofe. Só por desespero se pode querer revalidar a mesma novela e usá-la contra Sócrates numa terceira campanha eleitoral. O jornal i presta-se a isso.


Como não podia deixar de ser - como sempre foi neste processo - o ataque a Sócrates por via deste processo só funciona com base na mentira e na manipulação. O título que podemos ver acima, com aquele destaque todo, sugere que o "ex-ministro de Guterres" aponta o dedo acusador a Sócrates. Só que, quando vamos a ver, não foi nada disso que disse Júlio Castro Caldas: o que ele diz é que, já que colocaram Sócrates sob suspeita, teriam garantido melhor o seu direito a defender-se se o tivessem constituído arguido. Sim, porque, tal como fizeram, Sócrates foi mais mal tratado do que se tivesse sido arguido: tinha todas as desvantagens da "suspeita sem rosto", velha de anos, sem ter os direitos processuais próprios de um arguido.

O Correio da Manhã dá outro exemplo: usa a primeira página para fazer campanha pelos partidos da direita. Não interessa qual: o que interessa é que vote num deles.


O inefável Público não podia ficar de fora: se alguém manobra para boicotar as acções de campanha do PS, não se critica os que boicotam, critica-se o PS. Vejamos a história. O Externato de Penafirme faz, institucionalmente, campanha contra o PS e contra o BE (como se vê no panfleto abaixo, que o Miguel encontrou).


O Externato de Penafirme não tem dinheiro para pagar a professores (ou faz de conta que não tem, para se fazer de mártir face ao governo), mas tem dinheiro para alugar aviões para interferir na campanha eleitoral (vídeo abaixo).



Dentro do estilo de "educação esmerada" que o dito colégio privado promove, o Externato de Penafirme promoveu a infiltração num almoço de campanha do PS: «quatro pessoas ligadas ao Externato (dois pais e dois jovens alunos), que tinham reservado uma mesa para oito pessoas, estavam sentados à espera de Sócrates. (...) "A ideia seria levantarmo-nos quando Sócrates começasse a falar".» Devem ter sido convencidos da bondade de boicotar actividades de campanha do PS pelas palavras compreensivas de Passos Coelho, que manifestamente dirige os seus pensamentos piedosos mais para quem boicota do que para quem é boicotado.
Os jornalistas do Público seguem a moda: «Enquanto Sócrates falava dentro de um restaurante, em Torres Vedras, vários “jotinhas” e dois autarcas locais rodeavam e berravam contra quatro manifestantes de uma escola com contrato de associação.»
Quer dizer, não lavaram os pés com água de malvas nem ofereceram licorosos aos penetras que se infiltraram numa actividade de campanha eleitoral do PS para a boicotar, parecem lamentar-se os repórteres do Público. Já para não falar da boçalidade, bastante espalhada, de tratar por "jotinhas" os jovens que participam na campanha: quer dizer, que não participam nas campanhas que os jornalistas de serviço idealizam como sendo as campanhas que deviam existir.

Tristemente, anda gente espalhada pelos órgãos de comunicação social que não usa um mínimo de coluna vertebral.

Mais tristemente ainda, certas forças políticas prosseguem a sua campanha de ódio, cada vez mais por todos os meios (por todos os media) - que não se torna menos repugnante por haver "boas almas" que tudo desculpam com o "calor da batalha".