13.6.11

os três candidatos à liderança do PS


Se há coisa que detesto em política é deixar que o juízo sobre as pessoas envolvidas tolde a capacidade de compreensão política. Conhecendo os três candidatos à liderança do PS (embora, pelo critério de António Costa, nenhum deles, provavelmente, me conheça), temo que a tarefa de opinar sobre essa corrida seja, para mim, um exercício arriscado. Mas tentarei, não como "homem de partido", mas como cidadão interessado no que o PS tenha a dizer à sociedade portuguesa.

(A referência, acima, aos "três candidatos", não foi um lapso. A ausência de António Costa desta corrida não é surpreendente: há muitos anos que deixa outros correrem por ele, quando o assunto não lhe interessa excessivamente. É por isso que, ainda hoje, muita gente, jornalistas incluídos, pensa que ele foi líder da JS, quando nunca foi sequer candidato. Mas, ao mesmo tempo, desdenhar da corrida à liderança do PS, neste momento, pode ter custos elevados para António Costa: muitos militantes do PS não acharão graça nenhuma que ele se preserve tão ostensivamente neste momento difícil. Assim sendo, num certo sentido, a não-candidatura de Costa poder também ir a votos nesta corrida. Quanto melhor se acha que ele poderia ser como SG, talvez mais difícil seja aceitar de bom grado que ele não se apresente. E as tentativas de o "entronizar", no género "agora presidente do partido, à espera para mais tarde ser primeiro-ministro", só poderão suscitar sorrisos escarninhos nos que efectivamente se apresentam ao combate.)