Fernando Nobre desiste de ser presidente da AR, mas fica como deputado.
Saiu a sorte grande ao PSD.
Passos Coelho fez o papel de homem de palavra e levou Nobre à votação; até insistiu, levando-o à segunda votação; mas o homem não passou. Aliás, dá a impressão que o chumbo de Nobre foi devidamente preparado nas hostes da maioria: o CDS nunca deixou de falar claro contra ele; em nenhuma das duas votações Nobre teve sequer todos os votos da sua bancada (os faltosos à votação eram do PS); da primeira para a segunda votação, Nobre perdeu um voto: parece que da própria bancada do PSD saíram desertores, talvez para compensar aqueles que nas insistências amolecem e tendem a deixar resolver o problema.
Nobre não foi eleito e, com isso, o PSD, se talvez passou hoje uma pequena vergonha, poupou provavelmente muitas vergonhas futuras. (Se calhar era por tudo isto que António Costa achava que o PS devia votar Nobre.) E, diga-se, o PSD tem lá grandes presidentes do parlamento para apresentar e vencer.
Nobre, esse, como fez duas promessas contraditórias (sair se não fosse presidente, ficar mesmo não sendo presidente), acabará por cumprir uma.
Tudo está bem quando acaba bem.
Post Scriptum: Já agora, o título do Público: o homem não desistiu de ser presidente, desistiu de tentar. Quanto a ser presidente, não desistiu - foi desistido.