Os governos são como os melões: só se sabe como são depois de abertos. Embora pareça que Passos Coelho não terá tido exactamente os ministros que queria, isso finalmente não quer dizer nada: mais vale um ministro que sai melhor do que a encomenda, do que uma estrela que foge passados três meses para não perder uma reforma. Os "verdes" são, provavelmente, mais genuínos e combativos do que as estrelas - e disso o governo precisa, certamente. Veremos.
Como oposicionista, prefiro que o governo seja competente: assim, a oposição pode centrar-se nas opções políticas, em vez de se perder tempo com os disparates deste ou daquele personagem. É assim que entendo as coisas. Daí que, com toda a franqueza, deseje sinceramente que o governo seja um bom governo - do ponto de vista do programa com que foi eleito. Isso, evidentemente, pede uma boa oposição: capaz de brilhar pelo mérito das alternativas que apresenta, não por ter muitas oportunidades de chacota dos pecadilhos dos governantes.