O jornalista Paulo Pinto Mascarenhas veio à caixa de comentários deste blogue reinventar a língua portuguesa - mas fora de qualquer acordo ortográfico. É a propósito do meu post anterior, e de saber se Nixon se demitiu (o que foi o caso) ou se foi destituído (o que não foi o caso). Escreve ele: "o comentador Porfírio Silva deve decerto saber que escrever que alguém foi destituído das suas funções não quer dizer que tenha sido por outrém. Ou seja, Nixon ao demitir-se foi destituído das suas funções."
Aplausos, PPM, aplausos. Clap, clap, clap. Mas que grande folgazão!
Olhe, PPM, agora a sério: isso é como se, tendo eu morrido pacatamente e pela força dos dias que passam, alguém dissesse que eu tinha sido assassinado... pela morte natural.
Ainda para mais quando Nixon se demitiu... para não ser destituído ou demitido ou exonerado, porque as distinções são aí mais técnicas. O que não é nada técnico é que Nixon foi pelo seu próprio pé, para evitar o processo de ser levado à porta, de depois da porta encontrar outras prendas, como seria o julgamento pelos seus actos criminosos. Nixon demitiu-se para evitar as consequências da destituição e como parte de um pacote de "controlo" da situação, que incluiu o perdão presidencial de Gerald Ford.