24.1.11

devo ou não devo dar os parabéns a Cavaco vencedor?


No post que escrevi ontem, dez minutos depois das primeiras projecções, onde me reconhecia como derrotado com a eleição de Cavaco, disse que não dava os parabéns ao vencedor.
Um companheiro desta aventura que é "a bloga", Tiago Tibúrcio, critica-me, em comentário a esse post, assim: "dar os parabéns parece-me ser a expressão de respeito que devemos aos nossos adversários políticos e, principalmente, àqueles que os elegem. A prova de que a democracia é a melhor forma de convivermos com as nossas divergências políticas."
Reconheço a pertinência da crítica e reconheço que, para o caso geral, Tiago está certíssimo. Mas insisto em não dar os parabéns ao Cavaco vencedor. Por qual razão? Acontece que eu antevi o que veio a confirmar-se mais cedo do que eu esperava, apenas umas horas depois: Cavaco não acabou a campanha ao saber dos resultados; Cavaco eleito prolongou a disputa eleitoral para dentro do estatuto presidencial, recusando objectivamente ser o presidente de todos os portugueses e escolhendo ser apenas o presidente "dos seus"; Cavaco tratou os que o atacaram politicamente como se fossem maus portugueses e maus democratas; Cavaco, além de se julgar moralmente superior, traça a fronteira da moralidade com a imoralidade junto aos seus pés. Ora, isso é intolerável. Nesses termos, não lhe devo o respeito democrático a que Tiago Tibúrcio se refere. Cavaco, na sua pequenez, esquiva-se ao respeito.