17.1.11

o FMI, a China, ... e os duques


João Duque, um dos economistas que comentam comentam comentam como se tivessem pilhas da tal marca:
"Eu, se tivesse votado no PS, tenho dúvidas de que tivesse dado o mandato de venda do País a alguns países com que agora nós procuramos ter relações de financiamento. Não estava previsto em nenhum programa de acção eleitoral ou, mais tarde, no programa do Governo a possibilidade de empenhar a palavra política de Portugal perante a China ou qualquer outro país! (...) Não sei se faz sentido quando há, ou pode haver, uma alternativa, que é o recurso ao apoio do Fundo Europeu, ao mecanismo de estabilização financeira." (no DN)

Dois pontos interessantes (para além da pura mentira/fantasia de que Portugal empenhou a sua palavra política com quem quer que seja).
Primeiro: a coligação de políticos e comentadores que quer o FMI em Portugal não desarma. Querem ganhar eleições à conta de uma intervenção do FMI, para não terem de obrigar Cavaco a fazer o pino para provocar eleições por qualquer motivo fútil. E, claro, querem o FMI como desculpa para as suas políticas, porque não têm coragem para as assumir.
Segundo: continuam a fantasiar com a China, como se estivéssemos a vender a alma ao diabo por eles comprarem dívida portuguesa nos leilões. (Percebo que haja muita gente escaldada com compras "discretas", como as compras e vendas de certas acções do BPN não cotadas, mas convém não extrapolar.) Vale a pena perguntar: faz isto algum sentido? Veja-se, por exemplo, aqui: "A China, o maior detentor de dívida norte-americana, aumentou a sua posição de credor dos Estados Unidos em agosto pelo segundo mês consecutivo, após dois meses de declínio. O Departamento do Tesouro referiu que a participação chinesa na dívida pública dos Estados Unidos subiu em agosto para 868,4 mil milhões de dólares (621 mil milhões de euros), um aumento de 2,6 por cento após um ganho ligeiro de 0,4 por cento em julho." E isto é coisa que já está a rolar há muitos anos, não é de agora.
O que esta malta inventa para continuarem a alimentar os seus teatrinhos.