10.2.09

a vida dos ideólogos, a vida das pessoas


Debate em Itália sobre caso de coma prolongado. Berlusconi acusa Presidente italiano de “grave erro” por morte de Eluana.


Aqueles que usam o sofrimento humano como expediente político, merecem desprezo. É o caso de Berlusconi, que faz do problema da vida um episódio de identificação agressiva: juntar a sua tribo político à custa de uma pessoa que querem desqualificar em mera bandeira.
Aqueles que falam de dignidade humana em termos de princípios gerais, mas são cegos frente a seres humanos concretos cuja "vida" já não lhes está associada à sua dignidade, e continuam a agir como ideólogos para quem as pessoas só valem como instâncias dos seus programas - esses merecem o nosso repúdio. É o caso do Papa neste caso. Porque a religião não devia ser, tanto como tem sido, mais uma ideologia a querer valer mais do que as pessoas. E nisso o catolicismo oficial não desmerece dos pecados dos fundamentalismos de outras religiões.